Muito boa noite!
O arqueólogo aventureiro volta em mais uma aventura: Indiana Jones e o Templo da Perdição!
Ficha
técnica:
Indiana
Jones e o Templo da Perdição
Título Original: Indiana Jones and
the Temple of Doom
Ano de
Lançamento: 1984
País: EUA
Direção: Steven
Spielberg
Produção: Robert
Watts
Roteiro: Willard
Huyck e Gloria Katz sobre uma história original de George Lucas
Gênero: Aventura
Elenco: Harrison Ford, Kate Capshaw,
Amrish Puri, Ke Huy Quan, Roshan Seth, Phillip Stone, Roy Chiao, Raj Singh
Companhias
Produtoras: Lucasfilm Ltd.
Música: John
Williams
Distribuição:
Paramount Pictures
Nossa nota:
5/5
Enredo:
Xangai,
1935. Indiana Jones (Harrison Ford) escapa do mafioso Lao Che (Roy Chiao) com a
ajuda de seu pupilo Shorty Round (Ke Huy Quan) e da cantora Willie Scott (Kate
Capshaw). O trio foge de Xangai em um avião cargueiro, que, sem eles saberem,
pertence a Lao Che. No meio do voo, sobrevoando o Himalaia, os pilotos
abandonam a aeronave. Jones, Shorty e Willie, sem saída, pulam do avião usando
um bote salva-vidas. Os três são levados por uma correnteza até a Índia, onde
são acolhidos por uma pobre tribo local. Os habitantes de lá estão tristes,
pois estão com escassez de alimento, além disso, creem que sua sivalinga, uma
pedra sagrada, e suas crianças, foram roubadas por forças do mal vindas do
Palácio Pankot. O ancião da tribo então convoca Jones para ir até o palácio e
trazer a sivalinga de volta pois, segundo eles, foi o deus Shiva quem os trouxe
dos céus para recuperar a pedra. Antes de partirem, um menino consegue voltar
para a aldeia, e dá a Jones um pedaço de tapeçaria, o que o faz supor que os
ladrões da pedra pensam que ela faz parte das cinco pedras perdidas de Sankara
que, quando reunidas, trarão glórias e riqueza sem fim a quem as possuir. Ao
chegarem ao palácio, são calorosamente recebidos pelo primeiro-ministro,
Chattar Lal (Roshan Seth), e lá podem tomar banho e vestir roupas limpas, bem
como passarem a noite. Lá encontram também o capitão Philip Blumburtt (Philip
Stone), um militar britânico realizando uma “inspeção de rotina” na região.
Durante um jantar oferecido pelo jovem marajá, Zalim Singh (Raj Singh), com
pratos bizarros como insetos fritos e sopas de olhos, Jones e Blumburtt
questionam o primeiro-ministro a respeito do passado do palácio, envolvendo a fraternidade
sectária dos Thugs, um grupo de ladrões e assassinos que venerava a deusa Kali
com rituais de sacrifícios humanos. Jones também fala a respeito do roubo da
sivalinga, o que deixa o primeiro-ministro e o marajá bastante incomodados.
Depois do jantar, Jones e Willie discutem, sem porém conseguirem disfarçar a
atração um pelo outro. Cada um em seu quarto, enquanto se faziam de difíceis,
esperando quem dos dois vai tomar a iniciativa de passarem a noite juntos, Jones
sofre uma tentativa de assassinato, e teme pela vida de Willie. No quarto dela,
nossos heróis encontram uma passagem secreta que leva a uma série de túneis,
cheios de armadilhas mortais. Os três chegam até um templo subterrâneo, onde
era realizado um culto thug em honra à deusa Kali, liderado pelo sacerdote Mola
Ram (Amrish Puri). Durante a diabólica cerimônia, um homem tem seu coração
arrancado por Mola Ram com suas próprias mãos, e depois é abaixado por um poço
de lava fervente. Depois que o lugar estava vazio, Jones desce até o altar,
onde não apenas a sivalinga da aldeia estava, mas também outras duas pedras
iguais, provando que elas são sim as pedras de Sankara. Além de pegar as
pedras, Jones vai mais a fundo dentro do templo, enquanto Willie e Shorty são
capturados pelos thugs. Lá dentro, Jones descobre que as crianças da aldeia são
forçadas a trabalhar numa mina à procura das outras duas pedras que, segundo a
explicação de Mola Ram, quando os thugs as possuírem, dominarão o mundo,
acabando com todas as demais crenças e entronizando Kali como divinidade
absoluta. Jones é capturado e forçado a beber o sangue de Kali, ficando em
transe e à serviço dos thugs, assim como o jovem marajá também foi enfeitiçado.
Mais tarde, em um novo ritual de sacrifício, Willie é colocada para ser
sacrificada, e só escapa porque Shorty quebra o feitiço de Jones, o queimando.
Depois de libertarem as crianças da escravidão, Jones luta contra um dos
líderes da mina, mas tem dificuldades para isso, já que o marajá tem em mãos um
boneco vodu de Jones. Depois de ser libertado do feitiço por Shorty, o marajá
lhes indica o caminho para a saída. Eles fogem pelos carros de carga da mina,
com os thugs em seu encalço, mas pegam o caminho errado. Quando conseguem sair,
tentam atravessar uma longa ponte sobre um rio, mas Jones acaba cercado pelos
thugs. Ele corta o suporte da ponte, e trava uma batalha com Mola Ram, que
acaba caindo no rio, junto com duas das pedras, e sendo devorado por
crocodilos. A seguir, o marajá chega com o capitão Blumburtt e sua tropa,
salvando Jones, Willie e Shorty. Os três vão para a aldeia e devolvem a
sivalinga ao seu devido lugar, trazendo novamente a felicidade para a tribo.
Desenvolvimento
e produção:
Quando Lucas
e Spielberg produziram Os Caçadores da
Arca Perdida, os dois tinham em mente a ideia de gravar uma trilogia, e
para isso precisavam de novas histórias. Para que os nazistas não fossem
novamente os vilões, Lucas situou a história um ano antes do filme anterior, em
1935. Várias ideias foram levadas em consideração, inclusive trazer novamente
Marion Ravenwood e possivelmente seu pai, Abner Ravenwood, como um personagem.
Como cena de abertura, Lucas imaginou Indiana Jones correndo de motocicleta
sobre a Muralha da China, após ter descoberto um vale perdido habitado por
dinossauros, mas o governo chinês não permitiu que isso fosse feito. Outra
ideia versava sobre um castelo assombrado na Escócia, mas Spielberg rejeitou
por ser semelhante a Poltergeist,
dirigido por ele no mesmo ano. Aos poucos, o castelo assombrado transformou-se
num templo demoníaco na Índia. O roteirista Lawrence Kasdan recusou a oferta
para escrever o filme alegando que achou a história horrível e sombria,
atribuindo essa tonalidade ao péssimo período que Lucas e Spielberg passavam em
suas vidas pessoais (Lucas se divorciou de sua esposa, Marcia, e Spielberg
terminou seu relacionamento com a atriz Amy Irving, o que, de fato, os dois
sempre confirmaram). Por conta disso, Lucas então chama Willard Huyck e Gloria
Katz para escreverem, por causa de seu conhecimento de cultura indiana. Lucas
lhes entregou um tratamento de vinte páginas chamado Indiana Jones and the Temple of Death (Indiana Jones e o Templo da
Morte, em português). Várias cenas que foram escritas originalmente para Os
Caçadores da Arca Perdida foram incluídas neste segundo filme, como a fuga de
Xangai e a perseguição pelos trilhos da mina.
A equipe
tentou gravar o filme na própria Índia, mas o governo não permitiu,
considerando o roteiro ofensivo e estereotipado, exigindo várias mudanças e
cortes de cenas. Por conta disso, a produção se deslocou para Kandy, no Sri
Lanka, mas as cenas internas foram gravadas na Inglaterra. Para gravar a cena
inicial no clube, Kate Capshaw precisou aprender a cantar em mandarim e dançar
de verdade. O ator indiano Amrish Puri precisou raspar a cabeça para compor o
vilão Mola Ram. Esse visual ficou tão marcante que ele decidiu adotá-lo
permanentemente. Durante a gravação da cena da tentativa de assassinato no
quarto de Jones, Harrison Ford teve uma grave hérnia de disco, sentindo sempre
muita dor, ao ponto da produção ter levado uma cama de hospital para que o ator
pudesse repousar nos intervalos de gravação. A dor era tanta que não teve
jeito: Ford foi hospitalizado e as gravações tiveram que ser improvisadas com o
dublê do ator por cinco semanas. Ainda com vários outros contratempos, como o diretor
de fotografia se afastar por uma semana por estar com febre, o filme foi
concluído no prazo e dentro do orçamento. Quando Spielberg mostrou o filme já
finalizado para Lucas, este o achou meio rápido demais. Por causa disso,
algumas cenas foram desaceleradas de propósito para ficarem com uma duração
maior.
Mesmo tendo
sido um sucesso nas bilheterias, o filme recebeu críticas mistas por causa de
sua atmosfera sombria e violenta, e também por conta de seu ritmo bastante
acelerado. Kate Capshaw considera sua personagem apenas uma loira idiota
gritando por duas horas. Spielberg tem este como seu filme menos favorito, ao
qual não sentia tanto prazer em dirigir. Para ele, a única lembrança boa que o
filme traz foi ele ter conhecido Capshaw, com quem se casara anos mais tarde.
Tanto que para ele, essa foi a única razão para a qual ele estaria destinado a
gravar o filme.
O governo
indiano detestou o filme, considerando-o ofensivo e que contribui para a imagem
ruim que o ocidente tem da Índia, ao ponto de o terem censurado durante um
tempo. Quanto ao asqueroso jantar visto no filme, as “iguarias” servidas já não
são consumidas há anos. A representação errônea da deusa Kali, como uma
divindade do mal relacionada à morte, também foi bastante criticada.
Nossa
opinião:
Apesar da
gritante quebra de ritmo entre esse filme e o anterior, não posso dizer que
seja ruim, ao mesmo tempo que não dá pra classificá-lo como excelente. E nem
digo isso pelo teor obscuro que ele apresenta, mas sim por várias outras
coisas. Por exemplo, o ritmo do filme. Já de cara, vemos gente morrendo, pancadaria,
quebra-quebra, enfim, ação até não poder mais. Quando se pensa em parar pra
respirar, lá vão eles saltando de um avião em movimento. E depois disso? A ação
para. Para por muito tempo. Na primeira vez que vi esse filme, em certo momento
achei que já tinha passado mais de uma hora e meia, qual não foi minha surpresa
que mal tinha chegado em cinquenta minutos... Em compensação, quando a correria
recomeça, assim vai até o fim.
Harrison
Ford continua em plena forma como Indiana Jones, apesar do filme não trazer
praticamente nada de novo em relação ao personagem. Uma exceção é a relação de
pai e filho dele para com o menino Shorty e a confirmação absoluta de que seu
ponto fraco são as mulheres. Quanto a seu passado, só sabemos de algumas coisas
relatadas pelo primeiro-ministro durante o jantar, como viagens que ele fez a
Madagascar, por exemplo, e quando conta como conheceu Shorty. Aliás, esse
menino foi tão bem trabalhado que é de se admirar que não tenha aparecido em
mais nenhum filme.
Amrish Puri
entrega um vilão odioso, mais pelos maus tratos que causa às crianças por
escravizá-las do que pelo próprio culto a Kali.
E o que
dizer de Willie Scott, vivida por Kate Capshaw? A típica loira burra, dondoca e
nojentinha que passa boa parte do filme gritando, reclamando ou chorando. Ainda
que seja a responsável pela maioria dos alívios cômicos do filme, em alguns
momentos acaba se tornando irritante, como quando precisa socorrer Jones e
Shorty das armadilhas. Outro ponto que merece destaque é a cena inicial ambientada
em Xangai, ao melhor estilo James Bond.
Enfim, com a
falta de um roteiro mais aprofundado, mas cheio de situações absurdas e exageradas,
temos apenas um bom filme de aventura. Porém, não podemos nos esquecer de uma
coisa, é um filme com Indiana Jones. E, como diz a frase no pôster original: se
a aventura tem nome, ele deve ser Indiana Jones.
Fique agora
com algumas imagens!
Como um easter-egg, George Lucas chamou o clube do começo do filme de "Club Obi Wan". Obi Wan é um personagem de Star Wars, também escrito por Lucas. |
Pôster original de cinema |
Fotos de bastidores:
O ator Dan Aykroyd fez uma ponta na cena do aeroporto |
Kate Capshaw e Steven Spielberg se casariam anos mais tarde |
Fotos de bastidores retiradas da internet, e pertencem a seus respectivos donos.
Críticas e
análises
CCine10
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